30 de junho de 2012

Aos Profetas


     “Assim veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta. (Jeremias 1:4-5)”

     No texto acima, vemos o Senhor designando Jeremias, à função que Ele havia estabelecido antes mesmo de Jeremias ter nascido, para cumprir os desígnios que o Senhor havia estabelecido no tempo e espaço determinado. A função que o Senhor estabelecera para Jeremias era a de Profeta.

     A palavra profeta no hebraico é nabiy, nabiy pode ser traduzido como: Porta-voz, orador, profeta...  O profeta no Antigo Testamento como vemos no caso de Jeremias, era chamado, e designado por Deus, para anunciar as palavras que o Senhor os entregava, por isso o termo porta-voz é um termo bem empregado.

     Vemos em toda a Bíblia, os anúncios proféticos, e isso de uma forma muito acentuada no Antigo Testamento, de forma a termos vários livros escritos pelos mesmos, há também ocorrência de profetas no Novo Testamento, onde o mais citado é João Batista.

     Não quero de forma alguma me prender ao fato de continuação profética, e se há validação Bíblica para tal, e se há uma continuação, também não quero me ater como seria a função nos dias de hoje. Minha intenção é partir do pressuposto que haja profetas ainda nos dias de hoje, e mostrar de que forma a Bíblia tratava (ou trata, me valendo do pressuposto que há) com tais profetas.

     Como já disse acima o profeta, é um porta-voz de Deus, escolhido por Deus, para falar o que Deus lhe ordenar, como vemos em Deuteronômio “Eis lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu, e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. Deuteronômio 18:18”

     É bem certo que não podemos ver como, ou quando cada profeta fora chamado por Deus, porém mais importante que saber quando fora chamado, é saber se realmente ele é um profeta, ou se é um falso profeta. Talvez a dúvida surja, e perguntemos como saber a diferença? O próprio Deus ensina como distinguir: “E, se disseres no teu coração: Como conhecerei a palavra que o SENHOR não falou?Quando o profeta falar em nome do SENHOR, e essa palavra não se cumprir, nem suceder assim; esta é palavra que o SENHOR não falou; com soberba a falou aquele profeta; não tenhas temor dele.  Deuteronômio 18:21-22”

     Um dos meios de se distinguir um falso profeta, é o não cumprimento de sua profecia, por mais incrível que pareça isso é um fato muito comum hoje em dia. É difícil encontrar crentes no Brasil hoje em dia que não tenham passado por uma situação de uma “profecia” não cumprida.

     O fato do não cumprimento de uma profecia é um referencial para um falso profeta, mas os falsos profetas não são caracterizados apenas pelo não cumprimento de uma profecia, existe também um outro fator, veja: “Quando profeta ou sonhador de sonhos se levantar no meio de ti, e te der um sinal ou prodígio, E suceder o tal sinal ou prodígio, de que te houver falado, dizendo: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los; Não ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos; porquanto o SENHOR vosso Deus vos prova, para saber se amais o SENHOR vosso Deus com todo o vosso coração, e com toda a vossa alma. Após o SENHOR vosso Deus andareis, e a ele temereis, e os seus mandamentos guardareis, e a sua voz ouvireis, e a ele servireis, e a ele vos achegareis”. Deuteronômio 13; 1-4

     Neste texto vemos que ainda que o sinal que o “profeta” der vier a acontecer, temos que ver os princípios morais do mesmo, pois no caso do “profeta” descrito em Deuteronômio 13, o intento do profeta é perverter o povo, levando o povo a adorar a outros deuses, ou sair dos princípios morais do Senhor, isso nos remete a história de Balaão e Balaque, pois Balaão ensinou ao Rei Balaque um meio de perverter o povo de Israel, fazendo com que o povo de Israel pecasse contra Deus. Com isso vemos um outro fator importante ligado aos “profetas”, sua função além de oráculo que transmite a palavra de Deus, eles tem a função de guardar os preceitos morais de Deus, e ensiná-los ao povo, seja de forma didática, ou com o testemunho pessoal.

     A falta de testemunho pessoal e ensinamento errado por meio dos profetas, era algo aterrorizador no meio do povo de Israel como vemos em Jeremias: “Quanto aos profetas, já o meu coração está quebrantado dentro de mim; todos os meus ossos estremecem; sou como um homem embriagado, e como um homem vencido de vinho, por causa do SENHOR, e por causa das suas santas palavras.Porque a terra está cheia de adúlteros, e a terra chora por causa da maldição; os pastos do deserto se secam; porque a sua carreira é má, e a sua força não é reta. Porque tanto o profeta, como o sacerdote, estão contaminados; até na minha casa achei a sua maldade, diz o SENHOR. Portanto o seu caminho lhes será como lugares escorregadios na escuridão; serão empurrados, e cairão nele; porque trarei sobre eles mal, no ano da sua visitação, diz o SENHOR. Nos profetas de Samaria bem vi loucura; profetizavam da parte de Baal, e faziam errar o meu povo Israel. Mas nos profetas de Jerusalém vejo uma coisa horrenda: cometem adultérios, e andam com falsidade, e fortalecem as mãos dos malfeitores, para que não se convertam da sua maldade; eles têm-se tornado para mim como Sodoma, e os seus moradores como Gomorra. Portanto assim diz o SENHOR dos Exércitos acerca dos profetas: Eis que lhes darei a comer losna, e lhes farei beber águas de fel; porque dos profetas de Jerusalém saiu a contaminação sobre toda a terra”. Jeremias 23:9-15

     O fato de os “profetas” e sacerdotes estarem pervertidos era uma desgraça para o povo, pois o mesmo ficava sem um referencial, logo todo o povo pecava, e a maldição do Senhor recaia sobre todos, mas em especial nos sacerdotes e “profetas”, pois a sua função era ensinar o povo os preceitos do Senhor.

     O que não é de admirar é o fato de vermos hoje em dia muitos chamados “profetas” entregando profecias que não se cumprem, ou ensinando coisas que desviam as pessoas do caminho do Senhor, ou com uma conduta reprovável, o pior de tudo é saber da impunidade para com estes tais “profetas”, na verdade a Bíblia não os denominam somente como “profetas”, mas também como falsos profetas. Ser um falso profeta era um crime gravíssimo no meio do povo de Israel, pois os verdadeiros “profetas” eram designados por Deus, para anunciarem ao povo a vontade de Deus, como também ensinar ao povo o caminho de Deus, então um “falso profeta” era aquele que dizia em nome do Senhor quando o Senhor não havia ordenado, ou aquele que profetizava, e sua profecia não se cumpria, ou aquele que ainda que se cumprisse o sinal, pervertia o povo o afastando de Deus, não importa qual seja a classificação ou o erro do “falso profeta”, o importante é saber que Deus havia estipulado um meio de coagir esses “falsos profetas”, como vemos: “Porém o profeta que tiver a presunção de falar alguma palavra em meu nome, que eu não lhe tenha mandado falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta morrerá”. Deuteronômio 18:20  /  “E aquele profeta ou sonhador de sonhos morrerá, pois falou rebeldia contra o SENHOR vosso Deus, que vos tirou da terra do Egito, e vos resgatou da casa da servidão, para te apartar do caminho que te ordenou o SENHOR teu Deus, para andares nele: assim tirarás o mal do meio de ti. Quando te incitar teu irmão, filho da tua mãe, ou teu filho, ou tua filha, ou a mulher do teu seio, ou teu amigo, que te é como a tua alma, dizendo-te em segredo: Vamos, e sirvamos a outros deuses que não conheceste, nem tu nem teus pais; Dentre os deuses dos povos que estão em redor de vós, perto ou longe de ti, desde uma extremidade da terra até à outra extremidade; Não consentirás com ele, nem o ouvirás; nem o teu olho o poupará, nem terás piedade dele, nem o esconderás; Mas certamente o matarás; a tua mão será a primeira contra ele, para o matar; e depois a mão de todo o povo. E o apedrejarás, até que morra, pois te procurou apartar do SENHOR teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão; Para que todo o Israel o ouça e o tema, e não torne a fazer semelhante maldade no meio de ti”. Deuteronômio 13:5-11

     O meio de coação aos “falsos profetas” era a morte, e a morte desses “falsos profetas” não era somente autorizada, mas também ordenada por Deus, ou seja, se alguém fosse enganado por um falso profeta, ou verificasse que o ensino ou profecia desse “profeta” era falsos, essa pessoa era a primeira a repudiar o erro, acusando, e atirando a primeira pedra como sinal de afirmação contra aquele “profeta”, mas em contradição a isso o que vemos hoje em dia? Vemos “falsos profetas” onde suas profecias não se cumprem, onde ensinam as pessoas a se desviarem do Senhor, onde a vida é um mau exemplo para as pessoas, e o que fazemos com relação a isso? Não fazemos nada, às vezes tem uns que simplesmente dizem que é “da carne”, que não devemos julgar os profetas, mas sim a profecia, só que não entendem que julgar a profecia era um requisito final , onde o profeta havia passado pelo crivo da conduto e do ensino, então se ele passasse por esses crivos e caísse no do não cumprimento da profecia, ele continuava sendo “falso profeta”.

     Então hoje eu declaro AOS PROFETAS que se vierem, e me entregarem uma profecia, e não passar pelos crivos Bíblicos, não irei te apedrejar, pois nosso sistema judiciário não permite, mas vou denunciar você a todos que eu conheço, e em todas as igrejas em que te ver, que você é um FALSO PROFETA.

 Leonardo Ribeiro