10 de outubro de 2012

Você está confortável?


Eu me recuso a ser confortado. Eu me recuso a ouvir sermões que me confortam dizendo que “haja o que houver, Deus está no controle”. Eu me recuso a ler ou ouvir pastores, autores e líderes que me confortam com a paz de Deus quanto eu só vejo a guerra de Deus ao meu redor.
Quando baniram a oração das escolas, os cristãos deste país receberam o consolo de que nestes “últimos dias” isso é o que deveria acontecer. Deveriam se confortar com o fato de que Jesus estaria voltando logo. Ele não voltou. E quando os cristãos estavam aprendendo a se confortar com ataques abertos contra sua fé, veio o caso Roe vs. Wade. Novamente, vieram as palavras de conforto. Enquanto isso, milhões de crianças no ventre materno morreram neste sacrifício de infantes sancionado pelo governo. Somente alguns bravos e preciosos homens e mulheres se levantaram contra; a maioria se consolou dizendo, “haja o que houver, Deus está no controle”.
Os púlpitos nunca exigiram uma atitude concreta.
Muito antes disso, o governo Federal tomou conta do controle de nossa massa monetária. Como resultado disso, milhões de pais e mães neste país viram uma vida inteira de poupança desaparecer em um colapso financeiro em que o valor de seus esforços eram oferecidos em um enorme holocausto para o Mamom do estado centralizado. Novamente, fomos todos consolados por nossos pastores e líderes que “Deus está no controle” e “Ele Proverá”. Pessoas honestas e esforçadas trabalharam mais, ganharam menos e os iníquos continuaram a devorar tudo em uma orgia keynesiana de dívidas e consumo. Novamente, os púlpitos oferecem consolo, mas nunca exigiram uma atitude.
Começaram a reprimir os cristãos ao passar leis para calar o Cristianismo. “Discurso de ódio”, “separação da Igreja e Estado” e todas as outras mantras. Em uma nação que havia sido fundada para proclamar as bênçãos de Cristo, Cristo estava sendo expulso da vida pública. Pastores, autores e teólogos responderam com… mais palavras de consolo. “Está vendo? Ele já deve estar voltando! 1968! Não, 1988! 1989! 1996! Fique tranquilo!”
Nenhuma atitude foi tomada.
Crianças cristãs foram ridicularizadas e rejeitadas em escolas e universidades. Sua fé era zombada por professores que não sabiam nada sobre o próprio campo de estudo, mas sabiam tudo sobre o Manifesto Comunista de Marx. As igrejas começaram a perder milhares de seus jovens a cada ano. Faculdades e universidades que haviam sido fundadas para nutrir e expandir o conhecimento e a religião cristã se tornaram inimigos declarados de Cristo.
Novamente, os púlpitos continuaram calados. Exceto algumas poucas palavras de consolo. Deus está certamente no controle.
Nós nem mesmo percebemos mais quando coisas assim acontecem. Estamos tão confortáveis que nem mesmo pensamos em erguer nossas vozes para protestar mais. Só valorizamos nossa paz e conforto – isso é o que nos foi ensinado por nossos líderes.
Tornamo-nos confortavelmente entorpecidos.
Mas eu recuso este conforto. Eu me recuso a acreditar na paz quando eu vejo Deus guerreando. Eu me recuso a acreditar que Deus faz tudo isso acontecer para me ensinar que Ele está no controle e nada mais. Eu me recuso a acreditar que estas coisas são bênçãos quando eu sei muito bem que são maldições. E eu me recuso a aceitar maldições como conforto.
A Bíblia me ensina que Deus adestra minhas mãos o combate (Sl 144.1). E minhas mãos já estão coçando para entrar numa briga. Eu não quero sentar de braços cruzados enquanto os pagãos estão dominando a terra. Eu quero estar defendendo-a. Eu não quero que meus pastores e líderes me consolem, mas que me guiem. Eu quero que me ensinem como lutar e vencer. Tem que haver instruções para a vitória na Bíblia. Eu estou falando de verdadeira vitória. Não uma “vitória” abstrata sonhadora de ser resgatado nas nuvens. Quando perdemos as eleições e um comunista, homossexual ou muçulmano é eleito, eu quero que meu pastor me diga como vamos conseguir eleger um candidato biblicamente qualificado da próxima vez. Quando passarem uma lei proibindo pregar as verdades da Bíblia, eu quero que meu pastor me ensine como podemos lutar para revogar a lei.
Quando construírem uma clínica de aborto na minha cidade, eu quero pastores que liderem suas congregações em protestos e que ensinem como fazê-la fechar. Quando a mídia liberal atacar minha fé, eu quero que meu pastor me ensine a responder e apresentar Cristo de tal maneira que os faça ranger os dentes por conta da incapacidade de apresentar uma resposta coerente. Quando meu filho for atacado por professores marxistas na faculdade, eu quero que meu pastor ajude a mim e meu filho com uma cosmovisão bíblica detalhada que consiga derrubar suas imaginações vãs.
Moisés não consolou os hebreus no Egito. Ele fez com que ficassem desconfortáveis. Ele fez com que percebessem algo que faltava: Liberdade. Ele transmitiu um senso de urgência, não de conforto. “Assim pois o comereis… os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão”. (Êx 12.11) Sem tempo para conforto! Ele não deu conforto no deserto. Ele fez com que lutassem. Nenhuma palavra de conforto saiu de sua boca; nenhuma mensagem acalmando suas consciências. Deus está no controle, ele disse em Deuteronômio 28, mas este controle não é necessariamente bom para vocês. Será uma maldição sobre vocês e sua descendência se vocês se tornarem confortavelmente entorpecidos. É melhor vocês nunca ficarem confortáveis demais.
O Anjo do Senhor não confortou Gideão quando ele estava malhando o trigo. “O que você está fazendo, poderoso guerreiro? Se escondendo com um rato?” Elias não confortou sua geração; ele fez muitas perguntas desconfortáveis: “A quem servireis? Deus ou Baal?” Os profetas não entregaram mensagens de conforto a Israel; eles chamaram Israel para a guerra, ação e arrependimento.
Muitos pastores com quem converso reclamam da influencia crescente de organizações para-eclesiásticas. Não é de se espantar. Se igrejas não dão qualquer mensagem de vitória, outros darão. E estes se tornarão influentes. As pessoas seguem líderes, não traficantes de entorpecentes. E mensagens de conforto e paz em tempos de desconforto e guerra não são nada mais que anestésicos, um narcótico para fugir da realidade; aqueles que pregam o conforto e paz quando não há conforto e paz são traficantes espirituais, não líderes espirituais.
Portanto, eu me recuso a ser confortado.
Eu não encontro conforto no fato de Deus estar no controle. O que isso me faz é tremer. Se nós, como cristãos, somos silenciosos, passivos e dúbios, Seu controle trará juízo. Seu controle faz com que os pagãos dominem a terra, proíbam a pregação, tomem nossas crianças e destruam nossa propriedade.Exatamente o que está acontecendo agora. Eu não posso encontrar conforto no juízo de Deus e um pastor que prega o conforto diante do juízo de Deus não está fazendo a vontade de Deus. Eu me recuso a ser confortado. Eu quero ser ensinado a inverter a maré; eu não quero mais uma dose de anestesia.
Eu me recuso a ser confortado.
Tradução: Frank Brito
Fonte: American Vision
Extraído do Blog Resistir e Construir


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